Scrum |
O artigo Agile - Valores Ágeis se aprofundou nos quatro valores do manifesto ágil e nos apresentou os benefícios que as metodologias ágeis proporcionam, em relação as metodologias tradicionais.
Este artigo será dividido em três partes, onde cada uma dará uma breve introdução, pois possuímos uma série de artigos dedicados especialmente a elas, as três metodologias ágeis mais conhecidas da atualidade. A primeira metodologia que iremos falar será o Scrum.
O Scrum é um dos métodos ágeis mais populares na atualidade e tem foco maior nos aspectos gerenciais do desenvolvimento. Foi desenvolvido na década de 90 para gerenciar e desenvolver produtos. É fundamentado na teoria de controle de processos empíricos (empirismo), emprega uma abordagem iterativa e incremental para otimizar a previsibilidade e controlar riscos. O empirismo afirma que o conhecimento vem da experiência e de tomada de decisões baseadas no que é conhecido.
Três pilares apoiam a implementação de controle de processo empírico: transparência, inspeção e adaptação.
- Transparência: para saber se estamos no caminho certo, é preciso que todos se posicionem, diariamente, com sentimento de pertencimento; o projeto é de todos.
- Inspeção: identificada uma oportunidade ou risco, todos têm a obrigação de fazer o seu melhor e buscar o melhor do time a cada relato ou participação; todos colaboram.
- Adaptação: identificada a necessidade ou oportunidade de um plano de ação, todos participam e empenham-se pelo sucesso de todos.
O Scrum prescreve quatro eventos formais para inspeção e adaptação.
- Planejamento da Sprint: planejamento do trabalho a ser realizado na iteração.
- Daily Scrum: reunião diária com o objetivo de ressaltar o que foi feito no dia anterior e planeja o que será realizado no decorrer do dia.
- Review Sprint: possui o objetivo de adequar o produto.
- Retrospective Sprint: reunião com o objetivo de inspecionar a ajustar a forma de trabalho do time de desenvolvimento.
As pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento são divididas em três papeis principais:
- Product Owner: responsável por garantir e maximizar, a partir do trabalho do Time de Desenvolvimento, o retorno sobre o investimento no produto para os
clientes do projeto. Ele que define o produto e toma as decisões de negócios
relativas a seu desenvolvimento a partir das necessidades dos clientes do
projeto e demais partes interessadas, alinhado com ou em direção aos objetivos
da organização.
- Scrum Master: responsável por facilitar e potencializar o trabalho do Time de Desenvolvimento, utilizando-se de seu conhecimento de Scrum, habilidade de lidar com pessoas, técnicas de facilitação e outras técnicas. Ele auxilia o P.O (Product Owner) e o Time de Desenvolvimento, a serem mais eficazes na realização do seu trabalho.
- Time de Desenvolvimento (Scrum Team ou Equipe Scrum): é um grupo de pessoas responsável por realizar o trabalho de desenvolvimento do produto. O time gera, a partir das prioridades definidas pelo Product Owner, em cada iteração (sprint) um incremento do produto pronto, de acordo com a definição de pronto, que significa valor visível para os clientes do projeto. O time é responsável por gerenciar o seu trabalho de desenvolvimento.
Cada iteração é chamada de sprint, geralmente, com um período de mês que pode variar de poucos dias a algumas semanas. O sprint se inicia com a reunião de Sprint Planning, na qual se planeja o trabalho a ser realizado no próprio sprint. Nessa reunião, Time de Desenvolvimento e o Product Owner negociam, a partir dos itens do alto do Product Backlog (lista de demandas gerenciada pelo P.O), o que será desenvolvido. Ou seja, facilitados pelo Scrum Master, eles selecionam um conjunto de itens do alto do Product Backlog (gerando a Sprint Backlog) que julgam ser capazes de desenvolver na duração do sprint, o que é apenas uma previsão, e estabelecem um objetivo ou meta de negócios a ser alcançada com o desenvolvimento desses itens, chamada de Meta do Sprint. O Time de Desenvolvimento, então, se compromete em atingir essa Meta do Sprint.
Product Backlog |
Após a Sprint Planning, inicia-se o trabalho de desenvolvimento dos itens do Sprint Backlog. Os membros do Time de Desenvolvimento definiram, durante a reunião de Sprint Planning, como os afazeres serão realizados. Agora, são os responsáveis por se auto organizarem para concretizar essa tarefa e por monitorar o avanço em direção à Meta do Sprint.
Em cada dia do trabalho de desenvolvimento, os membros do Time de Desenvolvimento se encontram por no máximo quinze minutos, preferencialmente no mesmo horário e no mesmo local, para a reunião de Daily Scrum. O objetivo é garantir a visibilidade de seu trabalho entre eles e planejar, informalmente, o próximo dia de trabalho.
No último dia do sprint, o P.O e o Time de Desenvolvimento se encontram para duas reuniões consecutivas de inspeção e adaptação, ambas facilitadas pelo Scrum Master. Na primeira reunião, de Sprint Review, faz-se a vistoria e adequação do produto, enquanto que na reunião de Sprint Retrospective, faz-se a inspeção e o ajuste da forma de trabalhar do Time de Scrum.
O P.O convida para a reunião de Sprint Review os clientes do projeto e demais pessoas relevantes que possam prover feedback sobre o que foi produzido durante o sprint. Nessa reunião, o Time de Desenvolvimento e o P.O apresentam e demonstram para os presentes o que foi produzido no sprint, para então deles obter o feedback.
Após a reunião de Sprint Review, o Time de Desenvolvimento e o Product Owner (P.O) realizam a reunião de Sprint Retrospective, facilitados pelo Scrum Master. Nela, ambos identificam o que foi bem no sprint corrente, e que por essa razão pode ser mantido no próximo, e o que pode melhorar, buscando formas práticas e traçando planos de ação para fazê-lo.
Uma vez terminada a reunião de Sprint Retrospective, está encerrado o sprint. Um novo sprint se inicia imediatamente após o término da anterior.
O que você aprendeu
Vimos uma breve introdução do método Scrum, pois temos uma série de artigos dedicado especialmente a ele. Vale ressalta que nenhum método é melhor que o outro, pois não existe um método completo e perfeito, por isso, você é livre para combinar as ferramentas e aproveitar o que funciona melhor para o seu contexto. Especificamente, você aprendeu:
- Como funciona e o que é Scrum.
- Os pilares do Scrum.
- As atividades do Scrum.
- Os papeis do Scrum.
Continua em
Agile - XP (eXtreme Programming)
Agile - XP (eXtreme Programming)
Continuação de
Referência Bibliográfica
AUDY, J. Um guia completo e prático de agilidade - Scrum 360. 01. ed. São Paulo: Casa do Código. 153 p.
GOMES, A. F. Agile - Desenvolvimento de Software com entregas frequentes e foco no valor de negócio. 01. ed. São Paulo: Casa do Código. 208 p.
SABBAGH, R. Scrum - Gestão Ágil para Projetos de Sucesso. 01. ed. São Paulo: Casa do Código. 269 p.
SCHWABER, K; SUTHERLAND, J. Guia do Scrum. ScrumAlliance, 2017. 20 p.
SUTHERLAND, J. Scrum - A Arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo. 01. ed. São Paulo: LeYa, 2014. 158 p.
Para citar esse artigo:
Sempre acompanho o blog e indico aos professores do gestão agil de projetos, orgulho de acompanhar esse conteúdo, meus parabéns pelo blog, recomendo também acompanharem os post por aqui, sensacional
ResponderExcluirOi Helloiza, tudo bem? Ficamos feliz com a sua visita e reconhecimento pelo trabalho :)
ExcluirE muito obrigado pela indicação, estamos sempre abertos a novos conhecimentos